Conferências UN Global Compact Network Portugal na SRS 2022
Conheça os speakers e as instituições representadas nas conferências GCNP da Semana da Responsabilidade Social 2022, entre 23 e 25 de novembro.
Entre 22 e 25 de novembro, a UN Global Compact Network Portugal apoiou e participou a Semana da Responsabilidade Social 2022, organizada pela Associação Portuguesa de Ética Empresarial no auditório do Grupo Águas de Portugal.
Ao longo de três conferências multistakeholder, a UN Global Compact Network Portugal promoveu o debate de temas como o reporte de sustentabilidade, a proteção dos oceanos e a conferência COP27, temas relacionados com a ação desta organização a nível mundial e nacional e que foram abordados através da participação de instituições nacionais e internacionais, ONGs, associações setoriais e empresas participantes UN Global Compact Network Portugal.
Conferência Sustainability Reporting: Trends & Standards
22 novembro | 14h30
Esta Conferência teve início com palavras de Mário Parra da Silva, Chair of the Board da UN Global Compact Network Portugal, que relevou a importância do reporte transparente dos fatores ambiental e social, mas também dos aspetos da natureza interna das organizações e da forma como lidam com estes fatores, aspeto que ganha cada vez mais relevância.
Com o propósito de apresentar as novas tendências e referenciais de reporting para apoiar as empresas no mapeamento dos seus requisitos atuais e futuros, esta contou com a participação remota de Chiara del Prete e Carlota de Paula Coelho, membros do EFRAG – European Financial Reporting Advisory Group, que abordaram a nova sobre o Reporte de Sustentabilidade Corporativo ou Corporate Sustainability Reporting Directive (CSDR), que veio alterar o contexto de reporting, ao colocar a informação ambiental, social e de governance a par com a informação financeira.
Chiara Del Prete, Sustainability Reporting Chairwoman, EFRAG – European Financial Reporting Advisory Group
Carlota de Paula Coelho, SeniorTechnical Expert Group, EFRAG – European Financial Reporting Advisory Group
Elisabete Félix, Diretora do Departamento de Dinamização Empresarial do Turismo de Portugal, IP apresentou a perspetiva empresarial do reporte de sustentabilidade, nomeadamente através do programa Empresas Turismo 360º, que procurou desafiar as empresas do setor turístico no âmbito do reporte não financeiro e na implementação de uma gestão ESG na sua estratégia de negócio, assim como criar uma linguagem comum ao nível da sustentabilidade.
Elisabete Félix, Diretora do Departamento de Dinamização Empresarial, Turismo de Portugal, IP
Anabela Vaz Ribeiro, Executive Director, UN Global Compact Network Portugal
A sessão terminou com Anabela Vaz Ribeiro, Diretora Executiva da UN Global Compact Network Portugal, que apresentou o Novo Modelo de Reporting do UN Global Compact. O novo modelo de Communication on Progress entrará em vigor a partir de 2023 e criará uma coesão ao nível da comunicação de dados das empresas participantes UN GC, permitindo uma mais completa leitura de dados, benchmarking e identificação de tendências setoriais que apoiem as empresas seu caminho de sustentabilidade e impulsionem a temática no mercado em geral.
Ficheiros:
Vídeo Chiara Del Prete_From NFR to the CSRD
Conferência Global Goals, Ocean Opportunities
23 novembro | 9h30
A importância dos Oceanos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, os desafios de restabelecer a sua saúde, biodiversidade e produtividade e o seu enorme potencial como fonte sustentável de alimento, energia, minerais, saúde e transporte foram o mote para a Conferência Global Goals, Ocean Opportunities.
Com abertura de Mário Parra da Silva, Chair do Bard da UN Global Compact Network Portugal, a Conferência começou com o painel Productive Ocean Industries e membros de diferentes setores de atividade ligados aos oceanos.
Laura Rodriguez Zugasti, Diretora de Espanha e Portugal do Marine Stewardship Council abordou o problema da sobrepesca e o programa de certificação Selo Azul, que distingue práticas de pesca sustentável de acordo com o Padrão de Pesca MSC, num processo que começa nos pescadores e termina junto do consumidor, passando pelas lotas, grossistas, processadores e pontos de venda.
Laura Rodriguez Zugasti, Diretora Espanha e Portugal, Marine Stewardship Council
Nuno Aguiar, Technical Diretor da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos, apresentou a visão deste setor sobre O Desafio do Plástico, nomeadamente a importância da mudança de mentalidade relativamente ao ciclo de vida dos materiais plásticos, que culmina frequentemente no seu despejo e abandono em terra, nos rios e no mar, alertando para a necessidade de prevenir a poluição marinha nas suas origens através de melhores comportamentos individuais e coletivos na mitigação do lixo marinho.
Nuno Aguiar, Technical Director, Associação Portuguesa da Indústria dos Plásticos
A Pluris Investments esteve representada por Paulo Pinto, Senior Board Advisor, cuja comunicação apresentou o ecossistema e as práticas ESG da Pluris Investments, nomeadamente a forma como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estão integrados na Estratégia de Sustentabilidade da empresa, que inclui metas como a neutralidade carbónica, a redução do consumo de água, a preservação da biodiversidade e a gestão de resíduos.
Paulo Pinto, Senior Board Advisor, Pluris Investments
Alexandra Serra, Presidente do Conselho Administrativo da Águas do Tejo Atlântico inaugurou o painel Scaling Up Ocean Solutions, apresentando os contributos do Grupo Águas de Portugal para o cumprimento das metas do ODS 14, nomeadamente através de ações como a despoluição de linhas de água, remoção e tratamento de lamas, regularização fluvial, reflorestação e requalificação de ecossistemas ribeirinhas.
Alexandra Serra, Presidente do Conselho Administrativo, Águas do Tejo Atlântico
O painel prosseguiu com Miguel Viana, Head of IR and Sustainability da EDP. A utilização sustentável do oceano como fonte de energia ficou patente na apresentação sobre as soluções para a transição energética desta empresa, que pretende atingir e a neutralidade carbónica em 2040 através de soluções como os parques eólicos offshore e parques eólicos offshore flutuantes.
Miguel Viana, Head of IR and Sustainability, EDP
A sessão Global Goals, Ocean Opportunities encerrou com a participação de Eric Giercksky; Head da Ocean Stewardship Coalition do United Nations Global Compact, e que abordou na sua comunicação os objetivos e as oportunidades que os Oceanos encerram, e a forma como as empresas podem ser parte da solução para a recuperação dos oceanos - nomeadamente através de soluções como guias para vários setores de atividades, os blue bonds, science-based targets e outras frameworks como o futuro Ocean Investment Protocol, que estão a atrair cada vez mais investimento e a alterar a estratégia a longo prazo das empresas em todas as regiões do mundo.
Ficheiros:
Cop27 Follow-Up & Mitigation Strategies
24 novembro | 14h30
A Conferência das Partes da UNFCCC (COP 27), em Novembro, constituiu uma oportunidade decisiva para os governos reverem a sua ambição no que concerne aos objetivos de redução das emissões de gases com efeito de estufa para se manter o alinhamento com o Acordo de Paris. Ao mesmo tempo, foi um convite para que as empresas realizem a transição energética e introduzam inovação nos seus modelos de negócio, em linha com um cenário de baixo carbono. As empresas portuguesas estão atentas ao atual cenário climático global e marcaram presença na COP27.
Nesta sessão, membros da UN Global Compact Network Portugal e empresas participantes da UN Global Compact Portugal partilham a sua visão sobre os resultados e principais conclusões da sua participação na Conferência das Partes.
Após palavras de abertura de Mário Parra da Silva, Chair of the Board da UN GCNP, Anabela Vaz Ribeiro apresentou as principais destaques dos vários dias de negociação, como o acordo de perdas e danos para os países mais vulneráveis, a Parceria de Transição Energética Justa da Indonésia para ajudar a financiar a transição energética e a decisão de manter vivo o objetivo de manter o aumento da temperatura global no 1,5º.
Foram também apresentados as conclusões do trabalho do High Level Expert Group on Net-Zero, que realçou a necessidade de reduzir as emissões globais de gases com efeito de estufa em 45% até 2023 e as implicações desta realidade no estabelecimento de metas por parte de governos e das empresas, nomeadamente a inclusão das emissões de todos os âmbitos e a criação de metas intermédias de 5 anos a partir de 2025.
Anabela Vaz Ribeiro, Executive Director, UN Global Compact Network Portugal
Lee Hodder, Chief Sustainability Officer da Galp abordou o alinhamento da estratégia desta empresa com os resultados e ambições da COP27, nomeadamente através do Decarbonisation Roadmap, que inclui metas intermédias de redução de emissões de 40% até 2030 e a neutralidade carbónica até 2050, em linha com o compromisso 1,5º reafirmado no Egipto em Novembro.
Outras ambições na área da Sustentabilidade incluem alcançar a paridade de género para todas as posições e eliminar o pay gap de género até 2030, os Direitos Humanos, a proteção da biodiversidade e a gestão sustentável das cadeias de fornecimento.
O reporting transparente da informação não financeira da Galp está patente no Integrated Annual Report e em relatórios complementares relacionados com a biodiversidade, a utilização de água e a igualdade, entre outros.
Lee Hodder, Chief Sustainability Officer, GALP
A sessão terminou com Pedro Ávila, Operational Sustainability Diretor da REN – Redes Energéticas Nacionais, que começou por destacar algumas conclusões da COP27, como o reforço do papel do IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change enquanto legítimo guia para o desenvolvimento de políticas públicas, a necessidade de fortes investimentos e parcerias e um alinhamento das estratégias de compras dos setores públicos e privado com fornecedores com políticas e resultados claros para acelerar a descarbonização.
Na sua comunicação Pedro Ávila salientou os desafios e compromissos desta organização no âmbito da descarbonização, nomeadamente a redução de 50% das emissões de carbono em 50% até 2030 e a neutralidade carbónica até 2040, através da descarbonização dos sistemas energéticos de eletricidade e gás, das suas operações e da cadeia de fornecimento. Os pilares Social e Governance da REN abrangem ainda objetivos como o aumento do número de mulheres em posições de gestão de 1ª linha, o peso dos fatores ESG nas métricas de performance de gestão e a emissão de 100% de obrigações verdes.
Pedro Ávila, Chief Sustainability Director, REN
Ficheiros: